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Estudante: saiba como você foi matriculado na Turma “A”, “B” ou “C”

Criado: Segunda, 19 de Mai de 2025, 17h34 | Publicado: Segunda, 19 de Mai de 2025, 17h34 | Última atualização em Segunda, 19 de Mai de 2025, 17h39 | Acessos: 58

Se você já ficou curioso ou curiosa sobre qual critério é utilizado para matricular um aluno na Turma A, Turma B ou Turma C, a Analista de Educação e Pedagoga do IFB Campus Recanto das Emas, Ana Paula Santiago Seixas Andrade, explica que nesta unidade escolar, o critério é a diversidade.

De acordo com Ana Paula, que é mestra em Educação e Intervenção Social pelo Instituto Politécnico de Santarém (IPS) e Analista de Educação do IFB há mais de 15 anos, os estudantes são divididos de modo a garantir a diversidade em todas as salas de aula.

Como é decidido em que turma o estudante será matriculado?

A Coordenação Pedagógica (CDPD) utiliza as informações que os estudantes fornecem na ficha de matrícula para organizar as turmas. Não existe uma análise individual de cada estudante, mas os grupos são divididos de forma a garantir um equilíbrio entre meninos e meninas, estudantes de várias etnias, de renda e também de idades variadas.

 Priorizar a diversidade para melhorar a aprendizagem

“Hoje, a inteligência artificial e a digitalização ocupam todos os espaços e substituem muitas das funções humanas. Quando nós olhamos para esse cenário de substituição do humano pela máquina, quais espaços continuarão, no futuro, a serem exclusivos dos seres humanos?”, pergunta Ana Paula. Ela mesma responde: “Eu entendo que o espaço do humano – do profissional do futuro – é o espaço onde a máquina não pode entrar. A Inteligência Artificial não será capaz de estabelecer o diálogo com o diferente, com o novo”, defende a especialista do IFB.

“Estudar em espaços onde prevalece a diversidade é o que garante o crescimento humano. Nossos estudantes vão sair daqui sabendo lidar com pessoas diferentes, com situações diferentes, com ideias diversas das suas próprias. Nenhuma Inteligência Artificial pode ser treinada para lidar com situações inesperadas. Nossos alunos aprendem a lidar com o inesperado, porque convivem, aprendem e crescem em um ambiente diverso”, explica Ana Paula.

A escola evoluiu

“No passado, era comum as escolas separarem os estudantes de acordo com sua capacidade intelectual medida nas notas das provas. Então, por exemplo, havia escolas em que a Turma “A” contava com alunos muito bons do ponto de vista das avaliações. Na Turma B, esse nível caía e assim seguia. Logo, na Turma F, havia 40 estudantes com dificuldades e isso exigia muito dos professores e da escola”, relata a pedagoga com mais de 15 anos de experiência em coordenações pedagógicas do Ensino Técnico.

A especialista explica que o IFB tem valores que prezam pela solidariedade e pelo compartilhamento de conhecimento, tanto entre docentes e discentes quanto entre os próprios estudantes.

“E veja, quando as escolas optam por separar os estudantes em turmas utilizando esse critério das notas, nós podemos ter alunos excepcionais em Matemática e com sérias limitações em Língua Portuguesa ou o contrário. E aí, como resolver isso? A diversidade do corpo estudantil não tem como ser enquadrada em padrões rígidos. Então, aquilo [divisão das turmas por notas] é um modelo de organizar, de dividir, de separar, que além de não respeitar valores humanos, é tecnicamente ineficiente”, argumenta a Analista em Educação do IFB.

No IFB Campus Recanto das Emas se respeita a legislação e os valores do IFB

A Analista em Educação continua a explicação e dá mais detalhes sobre a organização das turmas no IFB Campus Recanto das Emas.

“No IFB Campus Recanto das Emas, nós organizamos as salas de aula para que meninos e meninas convivam juntos. Você consegue imaginar uma turma só com meninos ou apenas com meninas?”, questiona Ana Paula.

“Ao final de três anos de curso nós entregaríamos para o Mundo do Trabalho um profissional que não consegue conviver com o feminino, por exemplo”, afirma.

 “O respeito, a tolerância, o antirracismo e a inclusão são valores do IFB e isso é refletido na forma como organizamos os espaços das salas de aula. Essas diversificações melhoram o aprendizado. Nós temos uma sociedade muito desigual e intolerante e – então – a gente precisa começar aqui a lidar com isso. Aqui na escola”, defende a profissional.

Os resultados

Mas em que essa forma de organizar as turmas influencia os resultados dos estudantes do IFB Campus Recanto das Emas?

“Eu posso te dizer que os nossos números são números bem aceitáveis. Somos uma escola na periferia de Brasília, atendemos estudantes filhos de trabalhadores numa região com pouca estrutura, e veja os nossos números de retenção [alunos que não desistem do curso], de aprovações e de entrada nas universidades”, diz.

Na avaliação da especialista, a análise dos resultados deve levar em consideração a situação da comunidade atendida, as condições de trabalho dos docentes e servidores técnicos, as experiências anteriores dos estudantes e as vivências atuais desses alunos fora do ambiente escolar.

 “Então, eu acho que nossos números são bem satisfatórios”, finaliza Ana Paula.

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